O universo dos investimentos, infelizmente, ainda é considerado um ambiente muito masculino. Isso acontece pois temos a crença limitante de que mulher e dinheiro não combinam. Fomos ensinadas dessa forma: o homem era o provedor e a mulher fazia “todo o resto”. Por isso, durante diversas gerações não nos manifestamos e seguimos determinados padrões que nos impediram de sermos investidoras.
Hoje, os tempos mudaram, e as mulheres estão reconhecendo a importância de serem educadas financeiramente. Estamos nos dando conta de que isso nos torna mais independentes e donas do nosso próprio nariz. No entanto, por conta dessa longa trajetória pautada por uma sociedade machista, ainda é comum muitas de nós acreditarem que não sabem investir ou que não têm capacidade para gerir suas próprias finanças.
Mulheres fora do mundo dos investimentos
Segundo a pesquisa “Raio X do Investidor”, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbina), as mulheres investidoras são, proporcionalmente, em menor número do que os homens. Quase 75% das brasileiras ainda estão fora do mundo dos investimentos, somando 72% da população. E, entre aqueles que não guardam dinheiro algum, elas são 64%. O principal motivo para grande parte das mulheres não investir é a falta de dinheiro e de organização financeira.
Isso demonstra que investir em educação financeira para as mulheres é fundamental para que elas ocupem mais cargos de liderança ou até mesmo cresçam financeiramente. É por isso que estamos aqui, prontas para ajudá-la com isso.
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Como começar a investir?
Para começar a investir, é preciso rever nossas questões culturais, como mencionei anteriormente, e buscar por sororidade, ou seja, respeito e admiração ativados pela identidade de gênero. O significado de sororidade carrega a ideia de que ficamos mais fortes quando nos unimos.
Além disso, devemos extinguir o fato de a mulher ser taxada de consumista e muito sensível para o mundo dos investimentos, pois esse tipo de tabu diminui a segurança para investir e nos torna mais conservadoras, priorizando a família e a educação dos filhos. Hoje, das mulheres que investem, 83% escolhem a poupança.
Entendo que a caderneta de poupança seja mais segura, porém ela tem um baixo rendimento e impossibilita a mulher de alcançar seus objetivos financeiros.
Ainda falando sobre o comportamento feminino relacionado às finanças, muitas mulheres acreditam que precisam ter muito dinheiro para começar a investir – e isso não é verdade. Atualmente, com apenas R$ 30 é possível adquirir um título público, que já tem rendimento melhor do que a poupança.
Empoderar mulheres financeiramente tem um efeito multiplicador e colabora com o crescimento econômico e o progresso do país. Por isso, veja, a seguir, algumas dicas para você se tornar uma mulher investidora:
- Acredite no seu potencial
Começar algo novo é sempre difícil, por isso nunca duvide que você é capaz. Busque conhecimento e esteja sempre próxima a pessoas que buscam ser mais prósperas financeiramente. Inspire-se em mulheres que falam sobre finanças. Certamente isso dará mais segurança para você começar.
- Abra conta em uma corretora de valores
Se você ainda não fez isso, corre! Ter conta em uma corretora vai permitir que você tenha acesso a mais produtos financeiros e sem aquelas taxas que as grandes instituições financeiras cobram. E não tenha medo: investir em corretora é muito seguro.
- Entenda seus gastos e receitas
Essa é uma dica recorrente. Ela parece boba, mas é importantíssima. Se você não souber seus gastos, você não conseguirá calcular a sua reserva de emergência – nossa próxima dica!
- Tenha uma reserva de emergência
A reserva financeira protege você de qualquer eventualidade: falta de emprego, impossibilidade de trabalhar por motivos de saúde etc. Geralmente, ela é formada por uma quantia que equivale a de seis a 12 meses dos seus gastos. Por exemplo: se você gasta R$ 1.000 por mês, você deve ter guardado R$ 6.000 ou R$ 12.000 em algo seguro e com liquidez.
Nunca deixe de investir mensalmente. Poupe e aplique o dinheiro todos os meses. Criar esse hábito permitirá a você se tornar independente financeiramente e livre para buscar o que realmente deseja.
Até a próxima!
Karina Scola Pescada é planejadora financeira pessoal CFP® da Foquemos Investimentos